sábado, 9 de junho de 2007

Totalitarismo em Campos II

Blog do Roberto Moraes - 7 de junho - 13:00
A ameaça não tão explícita exposta em uma coluna ontem na Folha da Manhã vem hoje, sob a forma de artigo. (veja aqui) Como a assinatura do mesmo é grifada, como de uma autoridade municipal, não há como não considerá-la, como sendo a posição do governo a qual serve. No artigo é dito que a quantia de R$ 1 milhão recebida pela Ucam-Campos é parte do total destinado ao programa de R$ 18 milhões. Sendo assim repito que bom seria explicar ao grande público, quais os critérios para uma universidade receber cerca de R$ 6 milhões e outra R$ 1 milhão?

Discordar da pesquisa, de seus resultados, dos métodos, das opiniões dos seus pesquisadores faz parte do debate e sempre será de bom grado a discussão. Agora daí a ameaçar e insinuar para “a instituição abrir mão de um convênio que Universidades como a Uenf, por exemplo, receberia de muito bom grado para financiar bolsas de ensino para seus alunos de baixa renda. Cuspir no prato que come é hipocrisia” é totalitarismo sórdido.

Mais, a exposição desta posição em nome do governo sugere, que as demais universidades se cometerem o mesmo desatino de questionar os investimentos do governo municipal poderão receber idênticas reprimendas é significativo daquilo que chamo de cooptação e dependência das tetas dos royalties. Sucumbir, manipular e manietar a sociedade tem sido a prática. Universidades, hospitais, ongs e associações, clubes de futebol, etc. não vivem mais autonomamente. Para quem duvidava das contrapartidas exigidas nestes acordos, agora não resta mais dúvidas.

O falso zelo com a verba pública que seria bem-vindo deveria, ao invés de tentar manietar dados, estudos ou opiniões de pesquisa tomar conta, por exemplo, dos ralos por onde estão sendo despejados os generosos recursos dos royalties. No Diário Oficial do dia 04/06/2007 foi publicada uma dispensa de licitação para a obra de recuperação emergencial do sistema de drenagem e de pavimentação da estrada do Ceramista no valor de R$ 4.894.184,64 em favor da Imbé Construtora e Comércio Ltda.

Nada haveria de se questionar, se a favorecida não fosse a mesma empresa que a menos de dois anos entregou a obra como pronta. Mais, que os recursos para reparo seja de quase 30% do valor total da obra, que mal feita agora necessita ser consertada com o seu, o meu, o nosso dinheirinho. Ao invés de tentar calar vozes dissonantes da forma de gestão espúria e autoritária com ameaças, pressões e perseguições, este gestor deveria cuidar de zelar por aquilo que o eleitor confiou ao alcaide que o nomeou.
posted by Roberto Moraes at 13:00

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